Entre o amor e o vazio

Para muitos é difícil dizer "eu já encontrei o amor".

Eu o encontrei, mas mantê-lo, e ensinar a alguém o verdadeiro amor, se tornou insustentável.

Hoje, depois de algum tempo, pergunto a mim mesmo: será que ainda vou conseguir encontrar um amor calmo, sereno, verdadeiro? Ou acabarei vivendo uma vida rasa e sem sentido, como a que tenho agora?

Tenho me questionado sobre o que realmente importa. Mas parece que só eu faço essas perguntas, as outras pessoas simplesmente vivem, têm relacionamentos baseados em sexo, algumas obrigações, algumas rotinas e só. Por que eu não sou assim? Será que estou errado em querer algo diferente?

O que é o amor? O que é um relacionamento? Por que é tão difícil para alguns se importarem de verdade uns com os outros? Será que o amor líquido, de Bauman, é mesmo a nossa triste realidade? E, se for, como encontrar algo resiliente e duradouro sem precisar ensinar isso à outra pessoa? Há quem busque o mesmo que eu?

 Quero alguém que saiba que o amor é resiliência, paciência, carinho e completude. Encontrar alguém assim talvez seja um desafio complexo na sociedade atual. E aí vem a dúvida: será que eu tomei a decisão certa? E, se não tomei, adianta pensar nisso, sendo que a pessoa que um dia amei hoje nutre ódio e rancor por mim? Afinal, o amor não deveria coexistir com o ódio e o rancor. Se há espaço para isso, então quer dizer que nunca foi amor?

Ultimamente, as cores da vida têm sido cinzentas. Me sinto perdido, sem rumo e sem perspectiva nenhuma do futuro, com medo, cansado, mas, de algum modo, ainda tentando continuar.