O que me faltou foi amor

Às vezes me pego pensando que talvez aquilo tudo nem tenha sido amor, ou que, se foi, não sobrou nada do lado de lá. A pessoa com quem dividi meus dias segue a vida como se nada tivesse acontecido, enquanto eu ainda carrego tudo aqui dentro, quieto, pesado, tentando desesperadamente encontrar um afeto em aplicativos sem sentido, em baladas sem vida alguma, em qualquer ser humano, em qualquer gesto que me faça sentir vivo outra vez.

Mas não encontro.

Tem sido dias escuros.

Dias em que eu me sinto pequeno, sem importância, vazio, só.

E tantas vezes penso em ter humildade e simplesmente falar com quem um dia eu amei mais que a mim mesmo. Mas aí vem a pergunta: devo pedir amor a quem um dia jurou que me amava? Preciso me ajoelhar diante de algo que deveria ter sido recíproco?

Talvez eu espere demais do amor. Talvez tudo isso seja só reflexo do caos que virou minha vida, minhas milhões de falhas, minhas expectativas nunca alcançadas, essa sensação de que nunca fui minha melhor versão. Dói. Uma dor que parece que nunca vai cicatrizar.

Mas apesar dessa dor que insiste, uma parte de mim ainda acredita que existe um caminho de volta pra luz, mesmo que agora eu não enxergue direito.

Eu espero, do fundo de minha alma, que se eu deixei o amor passar, e se esse foi o meu verdadeiro amor, que um dia ele volte. Mas, se não for pra ser, que ela encontre alguém que a faça eternamente feliz, e com muito menos problemas do que eu.